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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2014 Maisey Yates

© 2015 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Provocando um xeque, n.º 1646 - Novembro 2015

Título original: To Defy a Sheikh

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-7468-8

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Epílogo

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Capítulo 1

 

O xeque Ferran Bashar, governante de Khadra, não viveria para ver aquela noite. Ele ainda não sabia, mas era verdade.

Matar um homem não era fácil, mas fora para isso que treinara e praticara os movimentos várias vezes. Para que os músculos adquirissem memória. Para que, quando chegasse o momento, não hesitassem.

Esperou ao lado da porta do quarto do xeque com um pano molhado em clorofórmio numa mão e uma adaga escondida na túnica. Não podia fazer nenhum barulho. E teria de o surpreender.

Como podia sentir remorsos se sabia o que o seu legado causara aos outros? A tradição, tão antiga como os seus reinos, exigia-o. Exigia que a sua linhagem acabasse com ele.

Como a dele acabara com o seu pai. Com uma única filha que nunca poderia usar o seu apelido. Com um reino que perdera a coroa e sofrera anos de conflito.

Mas aquele não era o momento para emoções, apenas para ação. Conseguira que a contratassem no palácio há um mês com aquele propósito. E Ferran não suspeitara de nada. É óbvio que não. Porque haveria de olhar para ela? Porque haveria de a reconhecer?

Embora ela o tivesse reconhecido. E o tivesse observado. Conhecido.

O xeque Ferran era um homem alto e magro com músculos duros e uma força impressionante. Vira-o a queimar a energia no pátio, batendo num saco de areia várias vezes. Sabia como se mexia. Conhecia o seu nível de resistência.

Seria compassiva. Não sentiria nada.

Não imaginaria o que o esperava. Não suplicaria pela sua vida. Não esperaria numa cela até ao fim da sua vida como o pai. Sim, ao contrário dele, ela mostraria piedade. E sabia que, naquela noite, ganharia.

Caso contrário, seria ela que não viveria para ver o novo dia. Era um risco que estava disposta a correr. Esperou com os músculos em tensão e em estado de alerta. Ouviu uns passos pesados. Era Ferran, estava convencida disso.

Respirou fundo e esperou que se abrisse a porta. Um raio de luz deslizou pelo chão de mármore. Pôde ver o seu reflexo nele. Alto, largo. Sozinho.

Perfeito. Só precisava de esperar que fechasse a porta. Susteve a respiração e aguardou. Ferran fechou a porta e ela soube que tinha de agir rapidamente.

Samarah pronunciou umas preces antes de sair de entre as sombras. Uma pela justiça. Outra pelo perdão. E outra pela morte que chegaria em breve. Para Ferran ou para ela.

Ferran virou-se quando ela estava posicionada para o surpreender e os seus olhos encontraram-se. Aquilo parou-o. O brilho daqueles olhos tinha tanta vida, era tão belo... Tão familiar...

Apesar de todos os anos passados, conhecia-o. E, naquele momento, a única coisa que pôde fazer foi ficar a olhar para ele, imóvel. Com falta de ar.

Aquele momento foi a única coisa de que precisou. Ferran desviou-se e agarrou-lhe o braço. Samarah levantou-se e torceu o pulso no ponto fraco da sua mão, cruzou uma perna atrás da outra e atirou-se ao chão, afastando-se dele.

Virou-se, agarrou-lhe o ombro e subiu-lhe para as costas, usando a sua coxa como degrau. Virou-se e rodeou-lhe o pescoço com o braço. Agarrou-lhe o pulso com um gemido e Samarah tentou escapar outra vez, mas, daquela vez, segurou-a com mais força.

Ela gemeu e apertou-lhe mais firmemente o pescoço com o outro braço. Ferran levou-os contra a parede, o impacto contra a superfície de pedra dura deixou-a com falta de ar. Praguejou e apertou as coxas na cintura com os tornozelos no peito. Ferran rodeou-lhe o pulso com a mão, segurou-lhe o braço e atirou-o contra a parede. Samarah deixou cair o pano e praguejou enquanto lutava contra ele. Mas perdera o elemento surpresa e, embora fosse uma lutadora experiente, ele superava-a em força. Perdera a vantagem.

Fechou os olhos e pensou no seu lar. Não nas ruas de Jahar, mas no palácio. De onde a mãe e ela tinham sido expulsas depois da morte do pai. Depois da execução do pai. Assinada por Ferran.

Sentiu uma onda de adrenalina e desviou-se, usando o peso do corpo para fazer mais pressão sobre o corpo dele. Ferran cambaleou pelo quarto. Samarah caiu de costas no chão. O tapete tecido amorteceu um pouco a queda, mas, mesmo assim, ficou com falta de ar.

Tinha de se levantar. Aquilo seria a sua morte e sabia. Ferran era desumano, como o pai fora antes dele. Não hesitaria em partir-lhe o pescoço e ela sabia.

Inclinou-se sobre ela e Samarah elevou os pés e pô-los no peito para o empurrar, antes de se levantar e adotar uma posição de ataque.

Ferran mexeu-se e ela desviou-se, passando-lhe o pé pela cara. Ele cambaleou e Samarah aproveitou a vantagem, atirando-o ao chão e sentando-se em cima dele com os joelhos nos seus ombros e a mão no pescoço.

Contudo, ainda conseguia ver os seus olhos a brilhar na escuridão. Teria de o fazer naquele instante. E sem a ajuda do clorofórmio. Afastou o último vislumbre de dúvida enquanto procurava a adaga na túnica.

Não era o momento de hesitar. Ferran não hesitara quando assinara a sentença do pai. Não havia espaço para a humanidade quando o inimigo carecia dela.

Samarah tirou a adaga da túnica e levantou-a. Ferran agarrou-lhe os pulsos, gemeu e impulsionou-os para o outro lado da cama. Deitou-lhe a mão para trás e a lâmina da adaga passou-lhe pela face. O sangue caiu para a boca de Samarah. Agarrou-o pelo cabelo e a cabeça de Ferran caiu para trás. Tentou levar a adaga para a frente, mas ele voltou a agarrar-lhe o braço e mudou as posições. Ferran prendera-a contra a cama. Doíam-lhe os tendões dos ombros e ardia-lhe o corte da cara.

– Quem te enviou? – perguntou, num tom rouco.

– Eu própria – esclareceu Samarah, cuspindo o sangue que tinha na boca.

– E o que vieste fazer aqui?

– Matar-te, está claro.

Ferran gemeu outra vez e torceu-lhe o braço, forçando-a a deixar cair a adaga.

– Falhaste.

– Por enquanto.

– E para sempre – afirmou ele. – O que quero saber é porque é que uma mulher se esconde no meu quarto, disposta a acabar com a minha vida.

– Pensei que era algo que te acontecia com frequência.

– Não que eu recorde.

– Vida por vida – afirmou Samarah. – E, como só tens uma, vou tirar-ta. Embora devas mais.

– Ah, sim?

– Não vim aqui para discutir contigo.

– Não, vieste para me matar. Mas isso não vai acontecer. Nem esta noite nem nunca. Talvez queiras começar a convencer-me da razão por que não deveria mandar executar-te. Por tentativa de assassinato de um líder mundial. Por traição. Pelo menos, poderia fazer com que te encarcerassem neste momento. Só tenho de fazer uma chamada.

– E porque não a fazes?

– Porque não me mantive como xeque, apesar das mudanças do mundo, do descontentamento do povo e das tentativas de assassinato, sem aprender alguma coisa. Por muito más que sejam as coisas, posso usá-las em meu proveito se souber onde procurar.

– Não vais usar-me em teu proveito.

– Então, desfruta da prisão.

Samarah hesitou. Não podia chegar a um acordo com Ferran. Era pedir algo impossível. Destruíra-lhe a vida. Destruíra o governo do seu país. Deixara o que restava da sua família na rua como se fossem cães. A mãe e ela tinham ficado sem nada até a mãe morrer.

Tirara-lhe tudo. E ela vivera com um único objetivo em mente. Certificar-se de que não levava a sua avante. Certificar-se de que a sua linhagem não perduraria enquanto a dela murchava.

Mas não conseguira.

A menos que parasse. A menos que ouvisse. A menos que fizesse o que Ferran dizia. Tirar proveito de cada situação.

– E o que tenho de te dar em troca da minha liberdade?

– Ainda não decidi – afirmou ele. – Nem sequer sei se a tua liberdade é negociável. Mas tenho o poder, não é assim?

– Como sempre – respondeu Samarah. – És o xeque. Vais soltar-me?

Ferran olhou para trás dela e, quando voltou a aparecer no seu campo de visão, tinha a adaga na mão.

– Não confio em ti, pequena víbora do deserto.

– Fazes bem, Alteza, porque te cortaria o pescoço se tivesse oportunidade.

– Mas eu tenho a adaga. E és tu que estás a sangrar. Posso soltar-te neste momento, mas só se acederes a seguir as minhas instruções.

– Isso depende de quais forem.

– Quero que vás para o centro da cama e fiques lá.

Samarah ficou tensa e um novo tipo de medo apoderou-se dela. Estava pronta para a morte. Mas nem lhe passara pela cabeça a ideia de Ferran lhe pôr as mãos em cima.

Não. Antes a morte. Lutaria contra ele até ao fim. Não permitiria que desonrasse ainda mais a sua família. Morreria a lutar, mas não permitiria que entrasse no seu corpo.

Mas Ferran nunca faria...

Afastou aquele pensamento imediatamente. Ferran era capaz de tudo. Não conhecia a lealdade. Não importava como fora naquela outra vida, naquele outro tempo. Demonstrara que era tudo mentira.

Samarah não se mexeu e ele também não.

– Então, temos um acordo? – perguntou Ferran.

– Não me tocarás – murmurou Samarah, trémula.

– Não tenho nenhum desejo de tocar em ti – afirmou ele. – Só preciso que estejas onde possa ver-te. És pequena e és mulher. Mas és forte e melhor lutadora do que eu. Portanto, vai para a cama e fica sentada.

Ferran afastou-se dela com a adaga ainda na mão. Samarah obedeceu à ordem, foi para a cama e sentou-se no centro do enorme colchão. Aquele tipo de cama pertencia a uma vida que ela mal recordava.

Desde que a tinham exilado do palácio de Jahar dormira em camas de peles estendidas numa estrutura de madeira e numa manta áspera. Em armazéns. No quarto de cima do estúdio de artes marciais onde treinava. E, quando não tinha sorte, na sujidade de um beco. Quando chegara ao palácio de Khadra como empregada, dormira pela primeira vez numa cama depois de ter perdido o seu quarto há dezasseis anos.

A cama dos empregados era muito mais luxuosa do que as superfícies onde ela dormia. Era para uma pessoa, mas mole e com duas almofadas. Um luxo que esquecera. E sentia-se mal ao desfrutar dele. Na primeira semana, dormira no chão num gesto desafiante, mas não durara muito.

E, naquele momento, estava na cama de Ferran. Tremeu. Pôs as mãos no colo e esperou. Não tinha motivos para confiar na sua palavra e muito menos quando demonstrara tal carência de honra.

A execução do pai fora uma ordem dele. E nem os laços entre famílias reais nem os sorrisos entre amigos tinham mudado o seu modo de agir.

– Vou voltar a perguntar, quem te envia? – quis saber Ferran.

Ainda pensava que era um peão. Não se apercebera.

– Como te disse, ajo em meu próprio nome.

– Por que motivo?

– Vingança.

– Entendo. E o que fiz para te incomodar?

– Mataste o meu pai.

– Não tenho por costume matar as pessoas – defendeu-se, num tom gelado.

– Talvez não com as tuas próprias mãos, mas criaste um julgamento que acabou com a execução do xeque de Jahar. E diz-se que participaste na invasão do palácio de Jahar que teve lugar depois. Muita violência... Lembro-me muito bem desse dia.

Ferran ficou paralisado. Cerrou o punho com mais força. E, pela primeira vez, Samarah teve medo. Pela primeira vez, viu o guerreiro desumano do deserto de que tanto ouvira falar. Trinta dias no palácio e vira um homem muito mais civilizado do que esperava. Mas não naquele momento.

– Não houve sobreviventes no assalto ao palácio de Jahar – murmurou, num tom seco. – Toda a família real e todos os seus empregados foram assassinados. Era o que dizia o relatório.

– Enganaram-se. Por segurança, interessou-me que continuassem a pensar assim. Mas estou viva. Embora seja apenas para me certificar de que morres.

Ferran riu-se, mas sem indício de humor.

– Quem és tu, o anjo da morte que vem para me levar para o inferno?

Ela ergueu o queixo, desafiante.

– Sim. E preciso do teu sangue porque essa será a minha vingança.

– Porque sou o objeto da tua vingança? – perguntou o xeque. – Porque não o novo regime? Porque não as pessoas que entraram no palácio e mataram a família real?

– Referes-te aos revolucionários que os teus homens ajudaram?

– Não o fizeram. Ninguém de Khadra esteve envolvido no massacre da família real de Jahar. Eu tinha um país para governar. Não tinha interesse em fazer mal ao teu.

– Deixaste-nos desprotegidos, sem rei. Mandaste julgar e executar o rei de Jahar em Khadra – acusou Samarah, com a língua envenenada. – Deixaste-nos morrer quando o levaram. Tiraram-nos do nosso lar. Empregados, soldados... Todos os que não aceitaram o novo líder foram assassinados. E os que escaparam... Só podiam ter meia vida. Não havia fronteira para atravessar, a menos que escolhesse deambular pelo deserto a pedir a Deus para encontrar o mar ou o país seguinte.

Como a mãe fizera um dia. Deambulara pelo deserto e nunca regressara

– Não sou responsável pelo destino do xeque Rashad. Pagou pelos pecados que cometeu. Fez-se justiça. No entanto, arrependo-me do modo como se desenvolveram as coisas. Mas aconteceu há dezasseis anos.

– Talvez te importes com o passar do tempo, mas eu não.

– Repito que não dei a ordem de matar o teu povo. Embora não sejas a única que pensa assim. Perseguem-me as ramificações do passado.

Samarah curvou o lábio superior.

– Perseguem-te? Imagino que deve ter sido muito difícil para ti, no teu palácio e com todo o teu poder.

– É difícil quando o meu legado se rege por uma violação dos direitos humanos que não cometi – declarou Ferran. – Não te enganes, culpam-me com frequência do que aconteceu ao teu país. Mas eu não enviei ninguém para o palácio para destronar o teu governo. O que ganhava com isso? Que poder tenho no teu país? O que aconteceu estava fora do meu alcance. E, no entanto, penso que sou responsável de certo modo.

– Não pode estar-se entre duas águas, xeque. Ou o fizeste ou não o fizeste.

– Tive de tomar decisões. Manter-me forte pelo meu país, pelo meu pai, pelo meu sangue. Se soubesse o que ia acontecer, teria escolhido de um modo diferente.

Ferran aproximou-se dos pés da cama, alto, orgulhoso e reto. Era uma figura imponente.

– Quem enviou o rei de Jahar a julgamento, xeque? Quem deixou o meu país sem governante?

«Quem me deixou sem pai?» Não pronunciou a última parte em voz alta. Recusava-se a mostrar fraqueza.

– Eu – afirmou Ferran, num tom seguro. – Mas não esqueçamos que tinha as mãos manchadas com o sangue do rei de Khadra. E não é uma metáfora.

– Pelo menos, Khadra tinha um herdeiro!

A expressão de Ferran endureceu.

– E uma população desiludida, furiosa e com carências. Sem dúvida, a perda do seu rei afetou Jahar, mas, se o povo não estivesse a sofrer...

Samarah desviou o olhar por um instante para tentar reagrupar os seus pensamentos.

– Deixaste uma menina desprotegida. Uma rainha sem marido.

– Ia deixar que o rei de Jahar não pagasse por ter tirado a vida do meu pai? E da minha mãe?

– Ele não...

– Não vamos falar da minha mãe – afirmou Ferran, num tom feroz. – Proíbo-to. Tendo em conta que tentaste matar-me, suponho que devia ordenar que te cortassem a cabeça.

Samarah levou a mão ao pescoço. Foi um reflexo covarde e não gostou.

– No entanto – continuou ele, num tom seco, – não tenho estômago para matar uma adolescente.

– Não sou uma adolescente. Tenho vinte e um anos – murmurou Samarah, cerrando os dentes.

– É o mesmo. Prefiro encontrar um modo de me seres útil – Ferran deslizou o polegar pela lâmina da adaga. – Mas onde possa vigiar-te, não quero acabar com isto cravado nas costas.

De repente, algo no seu rosto mudou e franziu o sobrolho.

– Samarah. Não és uma empregada nem uma cidadã zangada. És Samarah.

Reconhecera-a. Esperava que não o fizesse, porque devia estar morta. E não a vira desde que ela tinha seis anos. Olhou para ele nos olhos.

– Samarah Al-Azem de Jahar. Uma princesa sem palácio. E estou aqui para saldar a minha dívida.

– Uma dívida de sangue, pequena Samarah?

– Não me chames «pequena». Acabei de te dar um pontapé na cabeça.

– É verdade, mas continuas a ser pequena para mim.

– Se continuares com a insolência, vou cortar-te o pescoço quando recuperar a adaga, xeque.

– Vou tê-lo em conta – Ferran olhou para ela fixamente. – Mudaste.

– Não tive outro remédio. Já não tenho seis anos.

– Não posso dar-te o meu sangue, Samarah – continuou ele. – Como compreenderás, prefiro conservá-lo nas minhas veias. Mas sentes que te roubaram um legado e um palácio e talvez possa dar-te isso.

– Podes?

– Sim. Já pensei para que podes servir-me. Na semana que vem, vou apresentar-te ao mundo como a minha futura esposa.