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UM APELO DE

MIKHAIL
GORBACHEV

AO MUNDO

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Proprietário dos meios de comunicação, edição e redação:

Colaboração na obra original russa: Karen Karagesjan.

Tipografia: MEDIA DESIGN: RIZNER.AT

eISBN 978-3-7109-5036-0

UM APELO DE

MIKHAIL
GORBACHEV

AO MUNDO

COM FRANZ ALT

TOMEM,
FINALMENTE, JUÍZO –

GUERRA,
NUNCA MAIS!

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Inhalt

PREFÁCIO
O grande reconciliador de Moscovo

Somos UMA humanidade!

Franz Alt em conversa com o Prémio Nobel da Paz Mikhail Gorbachev

A história de Gorbachev

Mikhail Gorbachev
Dados biográficos

Dr. Franz Alt
Jornalista televisivo e escritor de best-seller

Bibliografia

PREFÁCIO

O grande reconciliador de Moscovo

Um dia de outono cinzento em 2016 em Moscovo. Nós, isto é, Mikhail Gorbachev, a sua intérprete de longa data Marina Cronauer, o seu confidente Wladimir Poljakow e eu, estamos sentados no escritório da Fundação Gorbachev para discutir o texto deste pequeno livro conclusivo e apenas um pouco controverso. Atrás de Gorbachev encontra-se uma grande imagem impressionante do monte sagrado dos japoneses, o Fuji. Nas paredes veem-se fotografias de Gorbachev com o presidente dos Estados Unidos Bush, com Helmut Kohl, com Hans Dietrich Genscher e imensas imagens de e com RaÍssa Gorbachev.

Lá fora, cai a primeira neve. O tempo gelado de Moscovo enquadra-se bem com o clima atual entre e Rússia e o Ocidente. Porém, Mikhail Gorbachev fala também agora firmemente de uma « possível reconciliação » e recorda que, mesmo durante a Guerra Fria há 30 anos, foram possíveis a reconciliação e o desarmamento através da confiança mútua. Até mesmo o presidente Putin, assim Gorbachev, falou da reconciliação na véspera na televisão.

Quanto à minha objeção de que existiam frequentemente contradições entre as palavras e os atos de Putin, ele afirma: « Vamos aguardar. Precisamos de ter paciência. Espero isso de ambos os lados. Atualmente, todos cometem erros. Receio uma guerra nuclear, enquanto a última bomba nuclear não for abolida. Uma tal guerra seria a última na história da humanidade. Depois, não existiria ninguém que ainda pudesse travar uma guerra. »

Estou convencido de que essa voz de reconciliação e de razão é hoje tão importante como no último século, quando o mundo estava à beira do abismo nuclear. Por isso, surge este pequeno livro com a voz do grande político. Enquanto viajava para Moscovo, li em jornais ocidentais comentários horrorizados sobre bombas russas na Síria. Pouco depois em jornais de Moscovo, o horror semelhante sobre bombas ocidentais no Oriente médio. Existem bombas boas e bombas más? Bombas boas nossas e bombas más dos outros?

Venho a saber durante esta visita que Mikhail Gorbachev também ajudou a fundar e apoiou financeiramente, durante anos, o Novaya gazeta, um dos poucos jornais independentes na Rússia. É seu acionista até hoje. Desde 2000, cinco jornalistas deste jornal – entre eles também Anna Politkowskaja – foram assassinados e vários outros colegas foram gravemente feridos.

Nestes tempos de novas ideias de inimigos necessitamos de vozes de mediação e de conciliação absolutamente vitais, tais como a de Mikhail Gorbachev, um realista experiente e corajoso de 85 anos.

É coerente com o seu lema: Guerra, nunca mais! A paz é possível.

Franz Alt
em novembro de 2016

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Somos UMA humanidade!

Para onde está a ir o desenvolvimento do mundo globalizado do século XXI? Porque é que o mundo de hoje é inquieto, injusto, militarizado?

Estas questões são colocadas por pessoas atormentadas com crescente preocupação. Até por mim.

Poderia ter-se pensado que o fim do confronto global e as oportunidades sem precedentes, que abrem um novo mercado para as tecnologias, dariam novo impulso ao mundo e tornariam a vida de todos melhor. Mas as coisas passaram-se de modo diferente.

Não existe uma explicação simples para isso. A política não esteve à altura da sua tarefa. Disse-o várias vezes. Aqueles, que declararam a «vitória do Ocidente na Guerra Fria» e se recusaram a construir um novo sistema de segurança equitativo, são em grande parte responsáveis pela situação atual. A embriaguez da vitória é um mau conselheiro! Especialmente em assuntos internacionais.

Mas isso não se deve apenas a esse facto. Até hoje, ainda não se conseguiu entender o novo mundo globalizado, mas também ainda não se tentou relacionar adequadamente com ele. Pois, este exige novas regras de comportamento e uma moral diferente. Contudo, os líderes políticos não procuram lidar com ele, principalmente por causa de todas as atividades diárias. Creio que esta é a principal causa do «caos» global que vivenciamos hoje.

As pessoas estão preocupadas com as tensões no mundo. Porém, não estão menos preocupadas com a sua própria situação e perspetiva. Pois, uma coisa está diretamente relacionada com a outra.

Mesmo nas nações industriais altamente desenvolvidas, a classe média, que é o motor de todo o desenvolvimento social bem-sucedido, está insatisfeita com a sua vida. Cada vez mais, os eleitores apoiam populistas que oferecem soluções simples, à primeira vista, mas na realidade perigosas.

No entanto, os causadores de estruturas financeiras opacas, que não têm de prestar contas a ninguém, adaptaram-se muito rapidamente à globalização e beneficiam dela. Criam uma bolha, uma após a outra, e fazem fortuna – literalmente do ar! Esta fortuna está, então, disponível a um círculo de pessoas cada vez mais estreito que foge aos seus impostos. Recentemente, assistimos a novas revelações que provam isso. Porém, esta é apenas a ponta do iceberg… Para além disso, o crime organizado, os traficantes de drogas e de armas, as redes de imigração clandestina, que tiram partido dos fluxos migratórios, os cibercriminosos e, especialmente, os terroristas têm vindo a estabelecer-se no mundo globalizado. Sentem-se confortáveis e seguros.