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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2004 Kate Walker

© 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Ambição, n.º 1268 - abril 2018

Título original: The Spaniard’s Inconvenient Wife

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-9188-286-2

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

Se gostou deste livro…

Capítulo 1

 

 

 

 

 

Estrella parou diante da porta com a mão na maçaneta e tentou acalmar-se. Precisava de estar preparada para o confronto que a esperava, com o homem que estava do outro lado daquela porta.

Tinha acreditado, erroneamente, que o pai se dera por vencido, que tinha retrocedido no seu empenho de a casar com alguém «apropriado». No entanto, há pouco tinha entrado no seu quarto para lhe anunciar que o homem com quem ia ter uma reunião importante de negócios ao meio-dia queria falar com ela. Então, com uma sensação desagradável no estômago, dera-se conta de como estava enganada.

Se pudesse escapar, tê-lo-ia feito, mas a experiência tinha-lhe demonstrado que isso não lhe serviria de nada e que a única forma de lidar com a situação era enfrentando-a.

Respirou fundo, tocou no cabelo liso e preto, endireitou os ombros estreitos e entrou.

Ele estava de pé, diante da janela da parede oposta à porta. Alto e forte, de costas para ela, olhava para o jardim pela janela.

– É o senhor Dario? O senhor Ramón Juan Francisco Dario?

A sua voz, dura e brusca devido à tensão, fê-lo virar a cabeça.

– Sim, sou. Você é Estrella Medrano? – a resposta dele foi tão dura como a dela.

– O meu pai disse-me que queria ver-me.

Estrella não se incomodou em responder à pergunta, o que provocou uma expressão carrancuda nele. O que tinha esperado aquele homem? Que iniciassem a conversa com tolices amáveis? Sabia o motivo pelo qual ele estava ali, o que não se prestava a uma conversa amistosa.

– Sim, queria falar consigo.

– Não veio ver o meu pai?

– Sim… Queria comprar o seu canal televisivo.

– E conseguiu-o?

– Ainda… estamos em conversações.

Claro!, pensou Estrella, cinicamente. Era claro que ainda estavam em conversações, o que significava que aquele homem era «mais um». Mais um da lista de possíveis candidatos com quem casá-la em troca de dinheiro.

– Demasiado caro para si? – perguntou ela, devagar, passando as palmas húmidas das mãos pela saia preta de seda, que usava com uma blusa branca.

– Não, absolutamente. Estou disposto a pagar quase qualquer preço.

Ele começou a avançar para ela, com o corpo estilizado, cheio de energia potente. Estrella tremeu, embora não soubesse se se devia a hostilidade ou a medo. A única coisa que sabia era que, apesar do tamanho da sala, naquele momento lhe parecia muito pequena.

– Portanto, quer realmente a empresa?

– Sim, é verdade.

Devia ser assim, visto que estava disposto a acatar as condições impostas pelo seu pai. Se estava disposto a vender-se e a comprá-la a ela, com o fim de conseguir a empresa. O pai devia pensar que, daquela vez, tinha acertado com aquele homem.

Se não tivesse perdido totalmente a sensatez, devia aproveitar aquele momento para lhe dizer que conhecia perfeitamente a situação e que não fazia sentido continuar. Apesar do que o seu pai lhe tivesse dito, ela não estava disposta a aceitar a proposta.

Mas Ramón Dario não era o que tinha imaginado. Em primeiro lugar, não se parecia com o pai, Rodrigo Dario, um homem alto, moreno e farto de carnes, com cabelo preto e olhos igualmente escuros. E ninguém o consideraria um homem bonito.

Pelo contrário, Ramón era um homem deslumbrante. De certo modo, era tudo o que o seu pai não era.

Ramón era muito mais alto do que Rodrigo e, embora de cabelo escuro, o sol conferia-lhe reflexos acobreados. Os seus olhos cinzentos sobressaíam no rosto angular e bronzeado pelo sol.

A mãe de Ramón Dario, falecida há anos, quando ele era pequeno, era inglesa.

Era mais alto do que Rodrigo e muito mais magro, embora musculado e de costas largas. O seu corpo parecia perfeito sob o fato de corte magnífico.

– Diga-me, porque queria ver-me? – perguntou ela, como se não soubesse.

– Queria falar consigo.

– E… consegue sempre o que quer?

Estrella precisava de pôr um ponto final à situação para poder sair, para voltar para o quarto, para o seu isolamento habitual. Para voltar a receber os olhares de recriminação do pai, que tantos anos tinha suportado, sem conhecer outra expressão da parte dele. Para voltar para a censura social a que se via submetida.

«É aquela…», sabia que as pessoas o diziam nas suas costas. «Aquela é a filha de Medrano, a que fez com que Carlos Perea se separasse da mulher e a deixasse sozinha com duas crianças pequenas. E Carlos podia quase ser seu pai!»

– Não quer sentar-se?

Ramón indicou-lhe uma poltrona com a mão.

– É necessário?

Não havia motivo algum para ficar nervosa perante a possibilidade de estar mais perto dele. Porque é que reagia daquela maneira diante daquele homem? Inclusive, a leve fragrância do perfume que sentira quando ele se mexera fizera-a reagir. Um calor intenso correra-lhe pelas veias.

Nunca se tinha aproximado tanto de nenhum dos outros… desde Carlos.

– Prefiro ficar de pé.

– Não gostaria de estar mais confortável?

– Se quer que lhe diga a verdade, o que preferia era estar em qualquer outro sítio, menos aqui.

– Garanto-lhe que não a reterei muito tempo.

O tom dele foi frio e distante.

– E eu garanto-lhe que não me interessa nada do que possa dizer-me.

Ramón lançou-lhe um olhar gélido.

– Permite-me sugerir que espere para ouvir o que tenho para lhe dizer antes de decidir se lhe interessa ou não?

Ramón olhou-a de cima a baixo, com frieza, fazendo-a sentir-se como um objecto.

Nenhum dos outros lhe tinha provocado semelhante sensação de mal-estar. Sentiu vontade de lhe dizer exactamente o que pensava, mas conseguiu controlar-se.

– Nesse caso, diga o que quer – conseguiu responder Estrella.

– Muito bem, fá-lo-ei.

Ramón passou uma mão pelo cabelo escuro, despenteando-o momentaneamente.

Estrella não conseguiu evitar pensar que os cabelos dele estariam assim ao levantar-se e uma onda de desejo percorreu o seu corpo. Imaginou-o na cama, com o cabelo despenteado e os olhos cinzentos cravados na mulher… Sorrindo.

A ideia fez com que o coração lhe pulsasse com força. Nunca tinha sentido nada assim por um homem. Nunca. Nem sequer por Carlos.

Carlos, o princípio de tudo aquilo. O homem cuja influência maligna lhe tinha arruinado a vida, apesar do tempo que tinha decorrido. Inclusive da campa.

Mas Carlos nunca a tinha feito sentir-se assim.

Porque estava a pensar naquilo? Não conseguia evitá-lo. Aquele homem tinha qualquer coisa que afectava profundamente a sua feminilidade.

– Há um problema, quer dizer, temos um problema.

A voz dura de Ramón Dario devolveu-a à dura realidade, desvanecendo as suas fantasias caprichosas.

– O que quer dizer com «temos»? Porque é que me inclui?

– Porque o seu pai criou um laço entre nós os dois.

Finalmente, reconhecia-o. De repente, ao contrário das outras vezes em que se vira naquela situação e em que tinha desejado lavar a roupa suja o quanto antes e acabar com o assunto, Estrella descobriu, com espanto, que queria justamente o contrário. Desejava evitar que Ramón lhe propusesse o que o seu pai o forçara a propor.

Porque, se o fizesse, ela teria de lhe dar uma resposta.

E a resposta teria de ser negativa.

Era sempre um «não». Desde que o seu pai decidira «redimi-la da mancha do passado», garantindo-lhe um casamento respeitável, Estrella tinha tido de suportar repetidamente aquele tipo de situações. Se Ramón Dario pensava que podia adquiri-la como parte de um negócio, como um extra acrescentado à cadeia televisiva, obteria a mesma resposta que os anteriores.

Não.

No entanto, apesar de antecipar a resposta, não conseguiu evitar sentir um certo pesar. Pela primeira vez, desde que o pai tinha começado aquela campanha para a casar, ela perguntava-se…

– O seu pai sugeriu um preço que eu aceitaria com todo o prazer – continuou Ramón, interpretando o silêncio dela como disposição para o ouvir. – E, é claro, quero a empresa. Mas há condições, condições que a afectam. O seu pai quer que nos casemos. A menos que me case consigo, não me venderá a empresa.

Apesar de ser o que tinha esperado que acontecesse, Estrella, consciente de que não havia forma de voltar atrás, experimentou um grande sentimento de perda. A esperança de que aquele homem se recusasse a deixar-se comprar acabara.

Uma esperança estúpida da sua parte.

Ramón Dario era como os outros. Era um homem cruel, ambicioso, decidido a conseguir o que queria a qualquer preço. E ignorava completamente os sentimentos dela.

– Estrella – disse Ramón ao ver que ela guardava silêncio, – ouviu o que lhe disse? O seu pai quer que me case consigo.

– Eu sei – respondeu Estrella em voz baixa, tão baixa que lhe custou a dar-se conta de que tinha respondido.

– Eu sabia! – exclamou Ramón, incapaz de conter o seu espanto.

Como podia reagir com semelhante calma? Como podia mostrar semelhante indiferença ao que o seu pai estava a fazer? Estaria envolvida na trama com o seu pai, desde o início?, questionou-se Ramón, com repugnância. E se o escolhera ela mesma e o dissera ao pai? A ideia fê-lo sentir-se como um bocado de carne na vitrina de um talho.

– Ouvi bem? Disse que sabia? – insistiu Ramón, com repugnância renovada.

– Sim.

– Como… Como é que sabia? Tenho direito a uma explicação, dado que esteve a brincar comigo.

A acusação fê-la reagir. Estrella levantou o queixo, com expressão desafiante, e os seus olhos pretos brilharam.

– Muito bem, dar-lhe-ei a explicação que me pede. Mas advirto-o, não vai gostar. Acha que é o primeiro? Acha que foi o único homem que o meu pai quis comprar para mim?

– Não fui?

Estrella abanou enfaticamente a cabeça, com alguns cabelos a acariciarem o seu rosto pálido.

– Não é o segundo, nem sequer o terceiro.

Por acaso, aquela mulher propusera-se a destruir o seu ego, dando-lhe uma lista dos candidatos que o tinham precedido, de todos os homens que ela tinha preferido?

– Poupe-me aos detalhes – disse Ramón. – Dê-me um número aproximado.

Aquela era a Estrella Medrano que Ramón tinha temido que fosse, o tipo de mulher que tinha ouvido que era. Deixara-se enganar pelo aspecto dela, porque não era como tinha imaginado.

Tinha imaginado uma mulher baixa, voluptuosa e louca. Uma mulher com a sua reputação tinha de ser louca. Tinha-a imaginado com o cabelo curto e a saia ainda mais curta, o rosto muito maquilhado. Tinha-a imaginado vestida com roupa colorida e extravagante.

Mas Estrella era mais alta do que tinha suposto, era mais magra, sossegada e elegante. De rosto ovalado e maçãs do rosto proeminentes. Só os seus cabelos escuros e sedosos sugeriam a promessa da paixão.

Era uma mulher bonita. Era uma mulher deslumbrante, mas tão fria e dura como um diamante.

Não tinha acreditado nos rumores sobre ela, mas agora sim. Sim, claro que acreditava. Ela tinha-os confirmado. O pai e ela estavam combinados para lhe arranjarem um marido.

– Quantos?

– Dez – respondeu ela, clara e friamente. – Nove, antes de si. Você é o décimo. Adverti-o de que não ia gostar da resposta.

– Tem razão, não gostei – respondeu Ramón. – Não gostei da resposta e não gosto de si. Eu não gosto que me manipulem.

– Eu não manipulei… – começou a dizer Estrella, mas interrompeu-se quando os seus olhos pretos viram o brilho de raiva que saía dos olhos cinzentos dele.

– Sabia o que se passava.

– Sim – admitiu ela.

– E não lhe ocorreu que teria sido adequado advertir-me de que sabia?

Mas Estrella tinha voltado a levantar o queixo, fixando os olhos nele, com expressão desafiante.

– E você atreve-se a falar-me do que é adequado? – perguntou-lhe ela. – Não tem o direito de me dizer o que deveria ou não ter feito. Ao fim e ao cabo, você estava disposto a aceder ao plano do meu pai.

Mas Ramón não se deixou amedrontar. Sabia qual seria a sua resposta desde que Alfredo Medrano lhe fizera aquela proposta inaceitável.

– É claro que não!

– Não? – inquiriu Estrella, com ironia. – Nesse caso, o que está a fazer aqui?

Era uma pergunta que Ramón já fizera a si mesmo. O que raios estava a fazer ali, a suportar a petulância daquela beldade morena?

Uma mulher bela de olhos pretos, cuja presença física era impossível de ignorar.

Como podia aquela mulher fazer uma coisa assim? Como podia ser tão agressiva, tão cínica, tão hostil, tão irritante e… bonita ao ponto de não o deixar pensar com clareza?

– Sabe perfeitamente o que estou a fazer aqui. Vim…

– De início, veio para negociar a compra da empresa, já sei. Mas também admitiu que o meu pai não ia vender-lha.

– A menos que aceite as suas condições.

– A menos que aceite as suas condições – repetiu Estrella, com escárnio. – E, apesar disso, ficou. Pergunto-me porquê.

– Sabe porque é que fiquei – respondeu Ramón, com voz rouca, lutando contra um desejo carnal que quase lhe causava dor física.

Tinha a garganta seca e a voz tinha-lhe saído rouca e dura.

– Fiquei para falar consigo – acrescentou ele.

– Ficou, como o meu pai lhe ordenou, para me propor casamento.

– Pense o que quiser.

– Você mesmo me disse que queria a cadeia de televisão.

– Sim, claro que a queria, mas não com tanto desespero. Não tanto para me casar consigo.

Tinha tocado num ponto sensível, reparou Ramón, com um sorriso de satisfação, ao vê-la a pestanejar.

– Não tenho planos de me casar neste momento. Porque haveria de querer ligar-me a alguém quando há centenas de mulheres belas noutros lugares? Mas, mesmo que quisesse casar-me, tenho o meu orgulho. Preferia escolher com quem me caso, não porque aceitei um suborno.

– Nesse caso, não se preocupe, nem sequer terá oportunidade de aceitar o suborno.

Estrella recusou-se a permitir que as lágrimas aflorassem aos seus olhos. Já tinha chorado por homens que não mereciam nenhuma lágrima dela. Depois de suportar a manipulação sentimental de Carlos, os insultos de Ramón não eram nada em comparação.

Pelo menos, não deveriam ter sido. No entanto, as palavras daquele homem tinham-lhe custado muito.

– Eu não me casaria consigo por nada deste mundo! – exclamou ela. – Nem que mo pedisse…

– Coisa que não farei.

– Mas, se mo pedisse, não o faria – insistiu Estrella, cerrando os dentes.

– Nesse caso, aprecie a sua imaginação – respondeu Ramón. – Porque, acredite em mim, é a única coisa que vai conseguir, imaginar. Não tenho intenção de me condenar a prisão perpétua, apesar de ser a mulher mais atraente que já vi.

Capítulo 2

 

 

 

 

 

«A mulher mais atraente…»

Estrella não conseguia acreditar no que acabava de ouvir. Dissera Ramón realmente aquilo?

Um prazer quente e intoxicante correu-lhe pelas veias e sentiu a cabeça a andar à roda. Não conseguiu evitar um leve e breve sorriso, praticamente imperceptível. Mas ele viu-o e os seus sobrolhos franziram-se ainda mais.

– Gostou, não foi? – perguntou ele, com cinismo. – Gosta que a ache atraente? Aviso-a, não pense que poderá utilizá-lo para atingir os seus propósitos. Não estou tão desesperado para querer os despojos que Carlos Perea deixou, mesmo que signifique que, juntamente com eles, conseguiria a cadeia de televisão como dote. Quereria muito mais.

– Poderia ter tido muito mais.

Daquela vez, o sorriso tenso de Estrella carecia do calor e do deleite do sorriso de segundos antes.

– Se tivesse gerido bem a situação, o meu pai teria aceitado qualquer contraproposta sua. Até poderia ter-lhe dado o castelo e o título. E, se lhe desse um neto, a gratidão dele não teria limites.

A expressão de perplexidade dele fê-la sentir-se confusa. De repente, apercebeu-se de que tinha dito uma coisa importante para ele, mas… o quê? No entanto, a expressão de Ramón voltou a tornar-se fria e brincalhona.

– Obrigado, mas não. Ainda que com os extras, o preço é demasiado caro – disse Ramón.

– Não foi uma proposta! – exclamou Estrella. – Simplesmente, estava a dizer-lhe o que perdeu. Não há possibilidade de chegar a um acordo, senhor Ramón, nem agora, nem nunca, pelo menos, no que me diz respeito.

Estrella atravessou a sala até à porta, pôs a mão na maçaneta e, enquanto a rodava com violência, sorriu amargamente.

– As negociações estão encerradas – disse ela, enquanto abria a porta, convidando-o a sair. – A reunião acabou. Agradecia-lhe que partisse.

– Com gosto – respondeu Ramón, antes de se pôr a andar.

Os passos firmes de Ramón indicaram-lhe com que humor estava. Furioso. Também se notava que a desprezava e que queria sair dali o quanto antes.