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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 1997 Eileen Wilks

© 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Arriscar o coração, n.º 348 - abril 2018

Título original: Cowboys Do It Best

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-9188-322-7

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Se gostou deste livro…

Capítulo Um

 

 

 

 

 

Três dias depois de ter saído de Wyoming, a carrinha de Chase McGuire recusou-se a pegar. E ainda tinha que percorrer quatrocentos quilómetros para chegar ao Novo México, onde o esperava o seu novo trabalho num poço de petróleo.

Tinha sido um ás do rodeo e conservava a roupa e o aspecto do vaqueiro habituado à vida ao ar livre. Só tinha trinta e dois anos, mas o seu rosto marcado pelo sol fazia-o parecer um pouco mais velho.

Sorria frequentemente, mas, naquele momento, não o fazia.

Irritado, tinha levantado o capô e estava a olhar para o motor da sua carrinha, que tresandava a óleo queimado. Daquela vez, Chase sabia que o motor não ia ressuscitar. Quando o barulho que o estivera a incomodar durante umas milhas se tinha convertido num sonoro bater, tinha-se apercebido de que algo estava mal.

Era um caso de negligência homicida. Cinquenta quilómetros antes, o ponteiro do óleo marcava «zero», nas ele não tinha querido parar. Tinha que chegar a Port Arthur naquela tarde e ainda lhe restavam centenas de quilómetros por percorrer. «Devia ter saído logo cedo de manhã», dizia-se. Mas Fannie persuadira-o a ficar um pouco mais. E quem conseguia negar o que quer que fosse à gentil menina que se oferecera para o acolher na noite anterior em San António?

Especialmente, quando essa menina tinha o corpo de Fannie.

O problema era que tinha perdido água e óleo, durante os últimos cinquenta quilómetros, e queimara o motor. Completamente.

Chase fechou o capô com força e enfiou a cabeça na carrinha para tirar o saco de viagem, mas, quando ia fechar a porta, reparou no pequeno arco-íris de cristal esmaltado que pendia do retrovisor e guardou-o no bolso. Tinha-lhe sido oferecido por uma amiga, quando ele abandonara a universidade para se dedicar aos circuitos de rodeo, para lhe dar sorte.

E dera-lhe. Tinha percorrido os melhores circuitos de vinte estados diferentes, ganhando prémios atrás de prémios, que enviava ao seu irmão para que os guardasse.

Obviamente, tinha-lhe dado sorte. Até ao ano anterior. Há quinze meses atrás, para ser mais exacto.

Pendurando o saco ao ombro, fechou a porta e começou a andar pela estreita estrada vizinha. Coxeando. Mas, ignorando o coxear, como fazia há quinze meses.

O ar era fresco, mas não estava frio, apesar de ser Janeiro. «Boa temperatura para andar», dizia-se.

«Boa piada», pensava, enquanto se afastava da carrinha. Embora estivesse habituado a fazer de tudo para sobreviver, a ideia de ir trabalhar num poço de petróleo no Novo México não o enlouquecia. Mas precisava de fazer algo. Precisava de um objectivo. Apesar de não saber o que era, tinha que o encontrar o quanto antes.

Apercebera-se muito cedo de que a vida tinha que ser desfrutada minuto a minuto, sem levar nada demasiado a sério, mas, desde que deixara os rodeos, não sabia qual ia ser o seu futuro.

Uma manhã acordara sem se lembrar do que fizera na véspera e sem dinheiro no bolso e assustara-se o suficiente para aceitar o trabalho que um amigo lhe tinha oferecido em Port Arthur.

Mas não podia chegar a Port Arthur sem a furgoneta.

Chase tardou cinco quilómetros a dar-se conta de que a simpática estrada não era assim tão agradável, quando se tinha que andar com um pesado saco ao ombro e um joelho dorido.

«Mas podia ser pior», pensou ao divisar um camião. Podia estar no meio de uma estrada solitária em Wyoming, rodeado de neve. Sorrindo, começou a pedir boleia, mas o camião passou por ele sem parar.

Chase voltou a colocar o chapéu e continuou a andar.

Cinco minutos mais tarde, uma carrinha desconjuntada, conduzida por uma mulher, parou a seu lado e Chase soube que a sua sorte ia mudar. A mulher tinha uns braços fortes e num deles levava uma rosa tatuada.

– Rosie! – exclamou Chase, ao reconhecê-la. – Decidiste livrar-te do teu velho e dar-me uma oportunidade? – perguntou.

A porta da carrinha abriu-se e uma mulher forte, ruiva, assomou a cabeça, com um sorriso de orelha a orelha.

– Chase McGuire, pensei que tinham corrido contigo do Texas! Vá, sobe para a carrinha, malandro!

– Esta é que é a minha Rosie – sorriu Chase, atirando o saco para a parte traseira. – O que é que estás aqui a fazer? Pensei que Will e tu se tinham instalado em Oklahoma, quando ele se retirou do rodeo.

– A sua mãe adoeceu e viemos viver com ela – explicou a mulher, arrancado, como a camionista profissional que tinha sido em tempos. – Tem um rancho em Bita Creek.

O seu marido, Will Stafford, tinha sido um dos melhores vaqueiros do circuito até a idade o ter obrigado a retirar-se.

– Pensei que Will não se dava bem com a sua mãe.

– E não dá. A velha tem-me um ódio de morte – sorriu Rosie, enquanto passavam diante da bomba de gasolina que marcava a entrada de Bita Creek. – Mas, o que é que se pode fazer? É sua mãe.

– Claro – anuiu Chase. A família era para isso mesmo. Mas ele não precisava da ajuda da sua família. Simplesmente, estava a passar por um mau bocado e não tinha motivos para o dizer ao seu irmão Mike.

– Que surpresa ver-te! É a tua carrinha que vi abandonada na estrada? – perguntou ela.

Chase contou-lhe como tinha sido a sua vida nos últimos anos. Tinha uma forma irónica de ver as coisas e sempre era divertido contar histórias da vida.

– Que azar o teu! – riu Rosie. – Mas não te preocupes. Will conhece toda a gente aqui e certamente conseguirá arranjar-te um trabalho – acrescentou, dando-lhe umas palmadas no joelho.

Chase conseguiu dissimular o esgar de dor que aquele gesto lhe produzia. Rosie não lhe batera com força, pelo contrário. Era uma mulher muito grande, mas muito carinhosa. O problema era que lhe doía o joelho com um simples toque, depois de ter percorrido tantos quilómetros. A única coisa que não lhe contara sobre a sua vida era que um cavalo o tinha deitado ao chão há um ano e quase o deixara inválido.

– Já me conheces, Rosie – ele tentou sorrir. – Nunca me preocupo com nada.

 

 

Summer Callaway estava de pé no seu quarto, deixando-se banhar pela primeira luz da manhã. Há vinte e quatro horas atrás, o cavalo dos Bates atirara-a ao chão e destruíra-lhe a clavícula e o orçamento, para além de lhe ter arruinado o bom humor.

Summer considerava-se uma mulher paciente e não era piegas, mas o acidente obrigá-la-ia a estar inactiva durante muito tempo e isso era algo que não podia suportar.

Vestir-se com uma clavícula partida e um ombro deslocado não era fácil, mas tinha conseguido pôr as cuecas e as calças de ganga. Doía-lhe mexer-se, andar e até respirar. Não conseguia pôr os ganchos no cabelo, por conseguinte, levava-o solto até meio das costas e, cada vez que se inclinava, tapava-lhe a cara. Na noite anterior, o doutor Connor tinha-lhe posto uma ligadura que lhe deixava não só a clavícula, como também o ombro direito inutilizado e tomar banho tinha sido um inferno. Além do mais, com um braço imobilizado era-lhe impossível vestir o soutien.

Quem é que teria pensado que uma mulher habituada a carregar vitelos com mais de quarenta quilos se ia deixar vencer por um simples soutien?

Não podia abotoar aquela maldita peça com uma só mão.

Aproximando-se da cómoda, apoiou-se nela para segurar num dos lados do soutien entre o móvel e a sua própria cintura, enquanto tentava abotoá-lo com a mão livre, mas foi-lhe impossível.

– Raios!

– Isso são mais vinte e cinco centavos, mamã! – exclamou o seu filho do corredor.

– Está bem – murmurou ela, deixando cair o estúpido soutien no chão. Summer nunca andava sem soutien não só porque seria pouco prático para uma mulher de peito grande que passava o dia a montar, como, para além do mais… Bom, simplesmente usava sempre soutien.

Mas naquele dia, pelos vistos, não ia usar.

– Hoje deves setenta e cinco centavos à caixa por dizeres palavrões – insistiu Ricky da casa de banho. – E um dólar, setenta e cinco de ontem.

– Ontem não conta – declarou Summer, enquanto vestia uma camisa de flanela, com grande esforço. – Os comprimidos deixaram-me temporariamente incapacitada – acrescentou, abafando outra maldição.

– Sim, mas disseste dois palavrões, antes de tomares os comprimidos – insistia o rapaz, teimosamente.

A verdade era que, se Ricky tivesse estado presente quando caíra do cavalo, teria a caixa repleta de moedas. Felizmente, o rapaz estava na escola e tinha sido a tia Maud, na realidade uma vizinha por quem tinha uma forte amizade, que a tinha levado ao hospital e suportado os seus impropérios. Também se encarregara de telefonar aos pais dos alunos a quem Summer tinha que dar aulas de equitação naquele dia, para lhes explicar que a professora tinha sofrido um acidente. Summer sentia-se mortificada cada vez que se lembrava. Uma professora de equitação que caía do cavalo não transmitia muita confiança.

Maud insistira em ficar com ela, quando tinham regressado do hospital, e preparara o jantar e Summer nem se tinha dado ao trabalho de protestar. Maud fazia sempre o que queria.

– Vou dizer-te uma coisa, pequeno – disse ela, do quarto, enquanto apertava a camisa com uma só mão. – Pago-te tudo o que te devo, se me disseres quando é que é cinquenta mais setenta e cinco dólares – acrescentou. Silêncio. A matemática não era propriamente o forte do seu filho. Contudo, apenas com sete anos, Ricky mostrava muito interesse pelo dinheiro; essa era a razão por que tinham estabelecido a existência da caixa, em que tinham que colocar vinte e cinco centavos, cada vez que um deles dizia um palavrão. Antes de abrir a porta, respirou fundo, sentindo-se um pouco atordoada. Já tinha tomado um analgésico, mas não tencionava continuar a tomar comprimidos que a deixavam atordoada. Preferia suportar a dor. Não o fizera sempre? Quando saiu para o corredor, viu que a casa de banho estava vazia e que, no chão, não estava o pijama de Ricky, como era habitual. Quando passou diante do quarto do seu filho, viu a confusão de edredão e almofadas que o seu filho chamava fazer a cama. «Isto é amor», pensava. Amor a sério. O seu filho estava a tentar ajudá-la e levantara-se cedo de manhã para dar de comer aos cães e fazer a cama. Para ele, fazer a cama era algo inexplicável, algo que só as mães insistiam em fazer todos os dias, mas o rapaz fizera-a sozinho, porque sabia que era importante para ela. «Como é que tive tanta sorte?», perguntava-se.

Tivera Ricky muito cedo e, na altura, não fazia ideia de como o educar. E Jimmie, o pai do rapaz, não tinha sido nenhuma ajuda.

– Tens fome? – perguntou de forma brincalhona, ao vê-lo comer uma enorme tigela de cereais com gestos rápidos, como um pássaro ansioso. Estava despenteado, mas vestira umas calças de ganga e uma camisa limpa e estava delicioso. Como sempre.

Sorrindo, foi tirar uma chávena do armário, mas, ao erguer o braço, sentiu uma forte pontada de dor no ombro e teve que reprimir uma maldição.

– Mamã, dói-te?

– Um pouco – repôs ela.– Deste comida aos cães? – perguntou para distrair a atenção do rapaz e não o deixar ver o seu sofrimento. Como é que ia enfrentar um dia de trabalho árduo? Teria que contratar alguém, mas não o poderia fazer. Tinha demasiadas facturas em atraso.

Tinha acabado de pagar as facturas médicas do seu pai no ano passado, mas ainda tinha a hipoteca das terras que o seu pai lhe deixara como herança.

– Um dólar e vinte e cinco centavos – anunciou, de repente, Ricky. – Deves um dólar e vinte e cinco, mamã.

– Muito bem – sorriu ela, enroscando o dedo no cabelo.

Quinze minutos mais tarde e com a mochila ao ombro, Ricky saía a correr pela porta para apanhar o autocarro da escola que parava na estrada.

Summer consultou o relógio. Eram oito da manhã e àquela hora deveria estar a limpar os canis, mas não estava certa de conseguir segurar na pá com uma só mão. Felizmente, naquele momento só estavam a tomar conta de cinco cães. O mês de Janeiro era o mês mais calmo do ano.

«Bom», pensava, afastando a chávena de café, «ficar aqui a pensar não servirá de nada». Faria o que pudesse e, depois, voltaria para casa analisar as contas para ver se podia contratar alguém, nem fosse apenas por umas horas por dia.

Quando Summer saiu para o alpendre, foi atacada por Kelpie que começou a ladrar alegremente e a saltar à sua volta. A Collie era de Ricky, mas gostava de toda a gente. Há dois anos, Summer encontrara-a abandonada e custara-lhe amor, comida e cem dólares em idas ao veterinário para a pôr boa. Mas nunca se arrependera de ter ficado com ela. Summer sorriu e acariciou o animal com a mão boa, antes que Kelpie saísse a correr, deliciada.

Ao fundo do alpendre, Hannah, a velha cadela que tinha pertencido ao seu pai, limitou as suas demonstrações de afecto a um abanar de rabo.

A brisa abanava o cartaz da cerca, onde se lia: «Os Três Carvalhos. Cavalariças e Canis». Summer respirou aquela brisa, com deleite. Até o odor dos estábulos lhe agradava, porque cheirava a lar.

Algumas pessoas gostavam de vagabundear. Mas ela, não. Fugir com Jimmie mostrara-lhe que não era esse tipo de pessoa. Ela precisava de criar raízes. Precisava da sua casa, da sua terra e das pessoas que amava.

«Tenho sorte», pensava, enquanto se dirigia para o canil. Estava a viver a vida que desejava, tinha um filho bonito e inteligente, que adorava, e tinha aprendido muito cedo uma lição que jamais esqueceria.

Os homens só representavam problemas.

Naquele momento, um velho Buick parava diante da cerca e Summer meneou a cabeça. Conhecia bem aquele carro.

A mulher que descia dele era uma velhota enérgica, com um vestido velho de algodão e o cabelo branco, amarrado num carrapito.

– Summer! O que é que estás a fazer? Não te disse que viria de manhã para te ajudar? – vociferou a mulher.

– Eu sei, mas não é preciso.

– Como não é preciso? Disse-te que vinha e aqui estou eu – replicou a mulher, fechando a porta do velho carro, com força.

Aquela era Maud Hoppy.

– Tens oitenta anos, Maud – insistiu Summer. – O que tens que fazer é descansar.

– Tenho setenta e um – mentiu Maud, como sempre. – E só venho dar de comer aos cães. Não vou morrer. Queres que alimente também os cavalos?

– Ricky já deu de comer aos cães e Raul veio muito cedo dar comida aos cavalos – explicou. Raul era um rapaz da aldeia que a ajudava umas horas por dias.

– Óptimo! Então, podemos tomar um café, enquanto vemos quanto é que podes pagar a alguém para te vir ajudar durante os dois próximos meses – declarou Maud, agarrando-a pelo braço. A cabecinha branca da mulher mal chegava aos ombros de Summer.

– Dois meses? Impossível.

– O médico falou em dois meses.

– Não é o doutor Connor que vai pagar as minhas contas – replicou ela. Uns minutos mais tarde, Summer estava sentada à mesa, a rever as contas. Entretanto, Maud andava pela cozinha a ver o que podia fazer. – Senta-te e bebe o café.

– Já vou – respondeu Maud, desligando a torradeira e dirigindo-se para o lava-loiças para limpar as migalhas. – Já sabes quanto é que podes dispensar?

– Sim – respondeu ela. Nada. Não podia pagar nada. Na verdade, o que podia fazer era pagar uma parte dos seus impostos naquele momento e solicitar um segundo adiamento, ou, então, adiar o pagamento da hipoteca. – Não vai ser fácil encontrar alguém que perceba de cavalos e que não se importe de trabalhar apenas temporariamente.

– Um momento – disse Maud, com a sua melhor imitação de Mae West, virando-se com a torradeira na mão. – Conheces Will Stafford?

– Claro. Mas o seu filho Joe já tem trabalho, não?

– Não estou a falar de Joe. Ontem à noite, ouvi Will perguntar se alguém sabia de algum trabalho para um amigo seu. É vaqueiro.

– Um desses que nunca pára no mesmo sítio?

– Não julgues toda a gente pelo teu marido. E, além do mais, é indiferente. Parece que está teso. Podias deixá-lo usar o quarto que fica por cima dos canis e pagar-lhe pouco.

– Se for como Jimmie, terei que passar o dia a mandá-lo trabalhar.

– Jimmie era um mandrião, é verdade. Mas, segundo Will, este rapaz ganhou a fivela de ouro nos melhores rodeos do país e não é algo que dêem de graça.

– Bom, como é que se chama esse herói?

– Chase McGuire.

– Chase McGuire? – repetiu Summer, incrédula.

– Conhece-lo?

– Na verdade, não – respondeu ela, levantando-se para preparar um pouco mais de café. Conhecia aquele nome. Era famoso no circuito dos rodeos e toda a gente dizia que era o melhor. O seu marido não passara de aprendiz e nunca se pudera comparar a ele. O que Summer se perguntava era como um tipo como Chase McGuire se encontrava naquela situação, a pedir qualquer tipo de trabalho. – Não o conheço, mas sei quem é. Toda a gente sabe quem é Chase McGuire – acrescentou. E lembrava-se bem do seu aspecto. Lembrava-se bem daquele corpo atlético, do seu cabelo loiro e do seu sorriso. Sobretudo do sorriso, que atraía as mulheres como os cavalos atraíam as moscas. – Um homem como ele nunca poderia fazer o trabalho que é necessário fazer aqui.

– Estará aqui dentro de vinte minutos.

– O quê?

– Disse a Rosie para vir com ele – respondeu Maud, tranquilamente. «O que significa este brilho nos olhos azuis da minha velha amiga?», perguntou-se Summer.

– Não tenciono contratar Chase McGuire, Maud. Podes começar a telefonar para Rosie, porque não vou mudar de ideias.

– Ainda temos tempo de limpar o pó da sala, antes de chegarem – declarou Maud, como se não a tivesse ouvido.