sab603.jpg

 

Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 1999 Susan Napier

© 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Sedução por vingança, n.º 603 - dezembro 2019

Título original: The Revenge Affair

Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-1328-589-4

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Créditos

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Se gostou deste livro…

Capítulo 1

 

 

 

 

 

Quando as portas do elevador se abriram, Regan passou as mãos suadas pela roupa preta clássica e respirou fundo para combater a sombra de dúvida que tinha invadido durante a viagem a rebelde confiança que tinha em si mesma.

Depois de ter chegado tão longe, não podia desistir!

Saiu do elevador alcatifado para o luxuoso corredor de mármore, com o seu corpo magro tenso. Estava tudo tranquilo e em silêncio, como se o barulho das ruas de Auckland, lá em baixo, não existisse.

Regan olhou à volta e engelhou as suas negras e direitas sobrancelhas num gesto de desaprovação. Não havia nada cálido nem acolhedor no formal hall dos três apartamentos que ocupavam o quarto andar do edifício. A exuberante folhagem tropical, que crescia nos vasos esmaltados, era a única coisa que quebrava a frieza daquela intimidante elegância. As superfícies eram lisas, apenas invadidas pelo olho vermelho da câmara de segurança no ângulo onde se juntavam a parede e o tecto.

Inconscientemente, Regan fechou as mãos, cravando as unhas enquanto lia os números dourados sobrepostos na parede de mármore em frente ao elevador.

Uma discreta seta dirigiu-a para a esquerda, onde um curto corredor dava para uma porta de madeira escura.

Enquanto se aproximava do seu destino, sentiu-se incomodamente consciente da câmara de vídeo na parede que estava nas suas costas. Não se tinha lembrado que a sua presença podia ser gravada em vídeo. Inocentemente, tinha imaginado que, pelo bem de ambas as partes, o assunto se resolveria com suma discrição.

«Age como se fosse um encontro», pensou Regan, tentando aparentar a tranquila atitude da rapariga de dezanove anos com quem partilhava o seu apartamento. Infelizmente, não era uma ideia muito libertadora para uma mulher que estava há cinco anos sem sair com um homem.

Isso era bom para Lisa e a sua cínica prima, Cleo, cuja profissão de modelo lhes tinha ensinado a considerar os homens como objectos intercambiáveis; mas essa atitude era-lhe completamente estranha no seu trato com os homens. Durante os cinco meses que estava a partilhar o apartamento com Lisa e a alegre Saleena, tinha percebido como a sua existência tinha sido protegida até então. Com toda a ingenuidade, tinha acreditado que o respeito mútuo e os interesses comuns eram a essência de qualquer relação entre um homem e uma mulher.

Aquela noite prometia ser uma revelação em mais de um sentido.

Regan humedeceu os lábios secos. Era consciente de que sabia desenvolver-se na sociedade quando devia representar o papel de perfeita anfitriã ou circular entre grupos de amigos ou conhecidos do mundo dos negócios, mas sabia muito pouco das regras que governavam o entretenimento íntimo entre um homem e uma mulher.

Entre um homem e uma mulher.

Um delicioso estremecimento percorreu-lhe o corpo ao imaginar a cena. A sua pele pálida corou ao evocar mentalmente as íntimas circunstâncias em que acabaria provavelmente a noite.

Claro, só se ela quisesse que assim fosse, lembrou a si mesma. Era exclusivamente a «opção da mulher», tinham-lhe garantido. Mas não era suficientemente ingénua para pensar que o homem com quem se ia encontrar não esperava algo íntimo.

Algo erótico que, era suposto, ela ia proporcionar-lhe.

A coragem abandonou-a de repente. Deus bendito, devia estar louca ao pensar que podia fazer aquilo! Era uma verdadeira fraude. Como é que uma mulher que nem sequer sabia despertar a paixão do homem que amava esperava representar o papel de sensual objecto de desejo de um perfeito desconhecido?

Anos de restrita educação moral bateram-lhe com força. Aquele era o primeiro passo para uma vida de dissipação e depravação. Como é que se atrevia a descer tão baixo? Não se envergonhava de si mesma por trair os seus ideais?

Não! A amarga recordação fê-la recuperar a coragem. Pôs a cabeça escura para trás com um gesto desafiante e as pontas do seu cabelo acariciaram-lhe os ombros nus do vestido sem mangas. O decote apertou-lhe os pequenos peitos ao respirar profundamente.

Não! Os olhos cor de violeta de Regan brilharam com dor e fúria contidas. Não tinha nada de que se envergonhar, não estava a trair nenhuma das suas crenças, que tinham demonstrado ser fúteis e inúteis.

Tinha deixado de ser uma estúpida e inocente, tinha desejado esconder a cabeça na areia para evitar enfrentar a dura realidade da vida.

E a realidade era que, até ao momento, a sua moral não era própria da vida moderna.

Muitas mulheres da sua idade, mulheres normais de vinte e cinco anos, não veriam nada de mal no que iria acontecer. Regan era solteira, era independente e só respondia por si mesma. O que fizesse naquela noite não ia magoar mais ninguém. Tinha chegado o momento de estar mais atenta às atitudes que as pessoas da sua idade tinham.

Tinha que abraçar a revolução sexual!

Naquela noite ia demonstrar que Regan Frances era uma mulher desejável, apaixonada e sofisticada, uma mulher sensual que conseguiria dar e ter prazer com a ligeireza que os homens pareciam gostar. Então, só então, poderia sentir-se realmente liberta da farsa que tinha sido o seu casamento e das humilhações que tinha sofrido durante as últimas semanas.

Parou diante da porta, consciente de que tinha chegado o momento da verdade.

«Considera isto um encontro.»

Que surpresa Michael teria se pudesse ver agora a sua dócil e puritana esposa! Com aquele pensamento, tocou à campainha.

Claro, não podia, porque Michael Frances, em vez de a olhar benevolentemente do céu, devia estar a arder no inferno.

A porta abriu-se naquele momento e Regan ficou com o coração apertado.